segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

recomeço

descorporativizo o meu dia
as minhas horas
os meus minutos
os meus segundos
o tempo já não pertenço e
não me tence.

descorporativizo os meus desejos
e que se tornem desabrigados:
da obrigação da realização imediata
diante do medo tentador do fracassso.
o querer e o desejar já não me pertencem.

descorporativizo a ansia da frustração,
ficando com minhas lágrimas
diante do teu não.
prefiro assim caralho!

sim, um outro viver é ainda possivel.

desabrigo um futuro cheio de devires
e um passado que muito me diz.
por vezes para seguir, por vezes para não ir
vos largo ao relento.

pra essa chuva abençoar,
me desabrigo para não saber
e recomeçar.