descorporativizo o meu dia
as minhas horas
os meus minutos
os meus segundos
o tempo já não pertenço
e
não me tence.
descorporativizo os meus desejos
e
que se tornem desabrigados:
da obrigação da realização imediata
diante do medo tentador
do fracassso.
o querer e o desejar já não me pertencem.
descorporativizo a ansia
da frustração,
ficando com minhas lágrimas
diante do teu não.
prefiro assim caralho!
sim, um outro viver é ainda possivel.
desabrigo um futuro cheio de devires
e
um passado que muito me diz.
por vezes para seguir, por vezes para não ir
vos largo ao relento.
pra essa chuva abençoar,
me desabrigo para não saber
e
recomeçar.
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